Motoristas desrespeitam legislação em rodovias paulistas

Pesquisa da ABRAMET revela números alarmantes

Excesso de velocidade, mudança de faixa sem utilização da seta, não utilização do cinto de segurança e uso do celular enquanto dirige. Essas foram algumas das infrações graves cometidas por motoristas em três importantes rodovias do Estado de São Paulo (Anhangüera, Bandeirantes e Castello Branco), segundo pesquisa feita pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET).

Acredite! Por dia são cometidos 17,5 milhões de infrações nas estradas paulistas e apenas uma em cada 3.360 infrações é multada. “Estes dados não justificam a expressão “Indústria da Multa”, afirma o Engenheiro Horácio Augusto Figueira, responsável pela pesquisa.”

De um grupo de 148 veículos acompanhados pela equipe do Engenheiro, 75,7% cometeram infrações. Seguindo os números da pesquisa, para se ter uma idéia, em um percurso de 319 quilômetros de São Paulo a Ribeirão Preto um motorista cometeria mais de 140 infrações.

Das infrações observadas nada menos que 64,18% dos motoristas não deram seta ao mudar de faixa, 15,30% andaram acima da velocidade permitida, 8,58% dirigiram com o braço para fora da janela e 4,48% não usavam o cinto de segurança.

A pesquisa foi feita ainda em seis pontos fixos das estradas. Foram observados 17.605 veículos que cometeram uma incrível marca de 12.119 infrações.

Apesar de serem considerados os vilões das estradas, os caminhões e ônibus apresentaram índices inferiores em relação aos automóveis e utilitários. A explicação, segundo Horácio é simples: “Nestas estradas a maioria dos caminhões e ônibus são de empresas de transporte regularizadas. Os condutores destes veículos recebem treinamento constante”.

Como reduzir as infrações

Para o pesquisador a única forma de reduzir o número alto de infrações é através de campanhas educativas: “Não adianta possuirmos rodovias de aço escovado, sinalizadas com fibra ótica, se os motoristas não são orientados sobre a importância de respeitar as normas de trânsito”.
Além disso o engenheiro propõe um modelo de fiscalização aleatória. Neste tipo de fiscalização, que está sendo estudado para implantação em Salvador, pontos da cidade como cruzamentos e saídas seriam numerados e sorteados, assim os agentes de trânsito estariam em um lugar diferente a cada dia, surpreendendo os motoristas.